sexta-feira, 18 de abril de 2014

Desilusão... a continuação

Já foi... já saiu de casa. Sem problemas, tal como se de um peso se livrasse. Hoje estou muito em baixo. Fico a pensar... vale a pena esforçarmo-nos para que as pessoas que nos são próximas nos sintam fortes? Foi isso que eu fiz. Tentei sempre manter-me forte, dinâmica, poderosa. Sim, era assim que me sentia... poderosa. Fazia os tratamentos e seguia em frente sem nunca me queixar. Acho que não o devia ter feito. Mesmo bem deveria demonstrar fragilidade, até porque eu estava mesmo frágil. O que aconteceu? As pessoas mais próximas deixaram de me dar suporte, esqueceram-se que eu estava a passar por um processo difícil e que me acompanhará para o resto da minha vida. Posso demonstrar que estou bem, mas não estou. Psicologicamente estava por um fio. O pai da minha filha já saiu de casa. Levou algumas coisas o que me fez ter que andar em trabalhos e reorganizar a casa. Tive que repor eletrodomésticos, redecorar o meu quarto, ter mais trabalho, esforço, tristeza. Sempre desejei ter uma família consistente. Queria dar à minha filha uma família a sério. Mas o que está mal, mal está e não dá para remediar. Grande parte do problema consistia na relação péssima entre a minha mãe e o pai da Cat. Desde sempre deveria ter optado por um. Mas não o fiz. Tentei sempre que se tolerassem. Não resultou. Já tinha perdido um, hoje perdi outra. Ou seja... não escolhi um, fiquei sem os dois. Sinto-me traída. Avancei com um projeto a contar com o apoio da família e hoje estou praticamente sozinha. Por vezes penso que o mal é meu. OK... posso ter os meus momentos? Até aceito que esteja com pouca paciência, que por vezes possa falar de uma forma agressiva. Mas não será compreensível? EU NÃO ESTOU BEM! Por fim, agora tenho a certeza. Aconteça o que acontecer... apenas posso contar comigo!

2 comentários:

  1. Olhe eu passei pelo processo do cancro ..vai fazer 3 anos e sinto me muito sozinha....também senti que a familia rapidamente deixou de me dar apoio....os amigos os poucos que tinha desapareceram....acredita que não tenho ninguém para tomar um simples café?? por vezes penso se isto será normal..se a culpa foi minha...se em determinados momentos da doença me isolei.............só sei que não tenho vida social. Somente tenho o marido e o filho...mais ninguém.....e eu era ou sou super sociável??? por vezes penso k cheiro a morte??? e as pessoas afastam se...........caramba!!! que solidão.....acho que agora ainda vai ser cada mais impossivel ter vida social..passo a vida quase sempre metida em casa..somente vou ás compras e levar filho á escola!!.........pelo menos a susana ainda convive com as pessoas que se dirigem á sua loja............bjs

    ResponderEliminar
  2. É verdade que mantenho uma vida ativa, e não vou desistir. No meu caso afastaram-se as pessoas mais próximas. Felizmente os amigos não... e espero que não se afastem. Mas tente contornar essa situação. Tem o seu marido e filho, saia, e viva... acima de tudo viva! Eu sei que estou revoltada mas também tenho a certeza que vou dar a volta por cima. Só preciso recompor-me. Um beijinho e muita força

    ResponderEliminar